Aleph - Grupo de literatura que propõe a reflexão e a discussão de obras literárias e outras afins ao universo da cultura em geral - Juiz de Fora-MG, Brasil.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Obras lidas 2010
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101º "O jardim dos caminhos que se bifurcam", de Jorge Luís Borges
100º "Admirável mundo novo", de Aldous Huxley
99º "Alice no país das maravilhas", de Lewis Carrol
98º "Cartas Persas", de Montesquieu
97º Aniversário do Aleph: Filme "O violino vermelho"
96º "Angústia", de Graciliano Ramos 95º “Cartas de amor”, de Mariana Alcoforado
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Retrato do artista quando jovem

O jardim dos caminhos que se bifurcam

Cartas Persas

domingo, 9 de maio de 2010
Admirável Mundo Novo

quarta-feira, 14 de abril de 2010
Alice no país das maravilhas

Por Paulo Machado
domingo, 17 de janeiro de 2010
Angústia - Graciliano Ramos

Recordando constantemente o passado da família, principalmente o avô e o pai, o que lhe chegam são cenas e imagens de um pesadelo sem fim. Em meio à incômoda e volúvel relação com Marina, o personagem Luís vive a extrema angústia diante de uma vida pobre, violenta e resultante da frágil economia do sertão das Alagoas, e que o narrador chama "a minha raça vagabunda e queimada pela seca". Assim, nesse árido ambiente, um crime ou uma ação boa dá tudo no mesmo. Afinal, ele já nem sabe o que é bom e o que é ruim, tão embotado vive, como afirma em certa passagem da narrativa. Eis a condição do modesto e inquieto funcionário público Luís é também uma parte do que viveu o escritor, entre a intensa atividade política e a perseguição que daí adveio, e que culminou na grande obra Memórias do Cárcere, publicada após sua morte. Enfim, uma boa leitura e bem ao estilo de Graciliano Ramos: uma dose de história, uma linguagem enxuta, imagética e existencial.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Cartas de Amor
Mas, se “o amor é melhor experimentá-lo do que julgá-lo”, como aponta Camões no Canto X d’ Os Lusíadas, as cartas, inclusive as de Mariana, sugerem mesmo que a ficção é melhor saboreá-la do que julgá-la.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Obras lidas 2009
93º “Totem e Tabu” de Sigmund Freud
92º “Cultura - Um conceito antropológico" de Roque de Barros Laraia
91º Encontro temático: “O tempo”
90º “Apologia de Sócrates” de Platão
89º “Macunaíma” de Mário de Andrade
88º “Vidas secas” de Graciliano Ramos
87º “Diário de um sedutor” de Sören Kierkegaard
86º Encontro temático: “O erotismo”
85º “O corvo” de Edgard Allan Poe
84º Dinâmica: Produção dos integrantes
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Ou "Ardiente Paciencia" - Antonio Skármeta

quarta-feira, 11 de novembro de 2009
O carteiro e o poeta
O livro, que virou filme tendo uma boa recepção no cinema na última metade da década passada, certamente é mais intenso. No entanto, mais do que dizer simplesmente que o livro é muito melhor que o filme, vale destacar o engenho do escritor em produzir um texto que pudesse ser simples, agradável e bem desdobrado em outra linguagem estética. Se observarmos com atenção, veremos que a textualidade favorece esse aspecto, o que é facilmente explicado dada a relação do escritor com as artes visuais. Além de sua formação em Letras e Filosofia, tendo estudado em Colúmbia, EUA, ele já produziu filmes de cunho político e foi diretor de teatro. E ainda traz na bagagem mais de uma dezena de livros já publicados.
Eu seria suspeito em optar pelo livro, mas algo que muitos esquecem é que o cinema não é literatura, embora possa refletir esse teor, e a literatura não é cinema, apesar de poder ser, também, suscetível à sétima arte. Um não tem que provar uma verdade para o outro. Mesmo assim, os dois podem ser ótimas leituras, e que jamais devem se excluir. Claro, às vezes o filme decepciona bastante os amantes do texto, ou o contrário também, por que não? Mas, neste caso, apesar das variantes que há entre o livro e o filme, cada qual traz um “olhar próprio”. Além disso, a intertextualidade nas duas experiências estende o olhar de quem lê e assiste. Afinal, a diferença em relação, por exemplo, aos lugares onde se desenrola a narrativa – Isla Negra, no livro, e a Itália mediterrânea no filme – não altera o enredo do livro, pois, se na obra escrita o poeta Neruda tem que ir a Paris, por ter sido nomeado embaixador pelo presidente eleito, Salvador Allende, no filme ele tem que retornar ao Chile por ter sido convidado a participar da campanha presidencial. São deslocamentos que não ferem a essência da narrativa, ao menos naquilo que envolve o afeto e a nostalgia entre o poeta e o carteiro Mário Jiménez, e muito menos as doces recordações de uma grande amizade. Talvez um “desconcerto” entre o terno e singelo filme e o apelo ardente do livro, mas, aí, o título anterior justifica e parece dar conta muito bem do que ficou na literatura e depois no cinema: Ardiente Paciencia...
O que mais posso dizer desta leitura? O cenário e o enredo me vêm, particularmente, como um deleite, seja La Bella Isla Negra ou Una piaggia in Italia. A sensibilidade do escritor vale, sem dúvida, a leitura do livro: uma história de respeito mútuo e de amor, que é atravessada pelo autoritarismo dos governantes, mas também profundamente tocada pela beleza das pequenas coisas, tão cantada nos versos de Neruda.
No mais, o carteiro Jiménez, com seu vagar, educação e simplicidade, nem por isso deixa de exaltar apaixonadamente as duas pessoas que mudariam sua vida: o poeta e sua musa, cujo nome, muy sugestivamente, é Beatriz... Querem mais? Não é por menos que, no filme, saudoso de sua ilha, Neruda chega a pedir a seu amigo uma gravação com os sons do lugar (ver a capa do livro), tarefa que Mário cumpre com louvor...
Enfim, um cenário político ao fundo, uma aldeia de pescadores, o poeta debruçado sobre cartas e cartas, e, por fim, o frescor e a beleza caliente de uma tal Beatriz... Bom, tudo isso já traz, pra mim, razões mais do que extemporâneas...
Por Paulo Machado
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Totem e Tabu
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
"O valor do amanhã" de Eduardo Giannetti

"Os juros fazem parte da vida de todos os homens - aparecem tanto nas discussões sobre o crescimento econômico da nação como em aspectos miúdos do dia-a-dia. O princípio econômico é simples - o devedor antecipa um benefício para desfrute imediato e se compromete a pagar por isso mais tarde, e quem empresta cede algo de que dispõe agora e espera receber um montante superior no final da transação. Em 'O valor do amanhã', Eduardo Giannetti defende que esse aspecto dos juros é apenas parte de um fenômeno natural maior, tão comum quanto a força da gravidade e a fotossíntese. Enxergar o fenômeno unicamente do ponto de vista comercial obscureceria sua enorme variedade e abrangência. A questão dos juros 'não se restringe ao mundo das finanças, atinge as mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual, a começar pelo processo de envelhecimento a que nossos corpos estão inescapavelmente sujeitos', diz Giannetti. Desde o momento em que aprendeu a planejar sua vida, o homem antecipa e projeta seus desígnios usando esta prática. A noção de juros já 'está inscrita no metabolismo dos seres vivos e permeia boa parte do seu repertório comportamental'. A prática de dieta, a dedicação aos estudos e os exercícios físicos para melhorar a saúde são situações da vida nas quais se manifesta a realidade dos juros. É desta maneira original que Giannetti analisa o tema. Ao extrapolar os limites puramente financeiros do fenômeno, o autor mostra que questões concretas - como a alta taxa de juros no Brasil - têm raízes comportamentais e institucionais ligadas à formação de nossa sociedade. Nos capítulos finais o autor discute os problemas éticos decorrentes da prática de juros extremamente elevados."
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O tempo na Ciência

O tempo no Cinema

O tempo na Música

O tempo na Filosofia

O tempo na Literatura

domingo, 13 de setembro de 2009
"Cultura - um conceito antropológico" de Roque de Barros Laraia

"Uma introdução ao conceito antropológico de cultura, realizada de forma didática, clara e simples. A primeira parte do livro refere-se ao conceito de cultura a partir das manifestações iluministas até os autores modernos, enquanto a segunda procura demonstrar como a cultura influencia o comportamento social e diversifica enormemente a humanidade, apesar de sua comprovada unidade biológica. O autor procura utilizar, sempre que possível, exemplos referentes à nossa sociedade e às sociedades tribais que compartilham nosso território, o que não impede a utilização de exemplos de autores que trabalham em outras partes do mundo."
O autor da obra deste mês "Cultura - um conceito antropológico", Roque de Barros Laraia, é professor emérito da UnB. Iniciou sua carreira, como antropólogo, no Museu Nacional da UFRJ. Em 1969 transferiu-se para a UnB, onde dirigiu o Instituto de Ciências Humanas, sendo promovido a professor titular em 1982. Doutor pela USP, membro de associações científicas do país e do exterior, presidiu a Associação Brasileira de Antropologia (1990-92) e foi eleito presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) em 2000. Integrou a primeira comissão coordenadora do Pronex e os comitês de assessores do CNPq e da Capes. É também organizador da coletânea Organização Social (1969) e tem vários artigos publicados em revistas especializadas.
Para o Currículo Lattes do Professor e Pesquisador acesse:
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
"Breve consideração sobre o tempo"
Ao examinarmos a problemática relativa ao tempo, parece-nos que estamos diante do inapreensível. Então, por que levantar tal questão? Bastaria que nos contentássemos com os relógios. Não são estes os medidores do tempo? Todavia, há muito tempo o homem descobriu que, se os relógios lhe permitem medir alguma coisa, não é certamente o “tempo invisível”, este imensurável silêncio que nos toma inelutavelmente as vontades. Nesse sentido, é pela subjetividade que podemos ousar o alcance do tempo, e diríamos, poeticamente, torná-lo maior do que toda a eternidade.