terça-feira, 20 de outubro de 2009

Totem e Tabu

Caros Alephianos, pensando um pouco sobre a próxima obra a ser lida, lembrei-me da famosa fala: "Freud explica", porém, já se perguntaram o quê ele explica? Ou até onde ele explica? Enfim, ainda são poucos os que se atentam para o quê o psicanalista explica ou tenta... Aliás, o bom leitor da nossa "estropiada língua" não pode desconsiderar que o ignorado verbo explicar exige um complemento, e não apenas do ponto de vista linguístico, mas também epistemológico, ou seja, ele "impõe" a tarefa de se saber que quem explica, explica algo, e que explicar implica uma explicação. E mais do que um possível trocadilho, não se pode perder de vista que conhecer exige comprometimento, e não jargões ao vento.... Seria pedir demais, não é? Mas, curiosamente, a busca obstinada de Édipo, que rendeu ao pensador austríaco um dos grandes "motivos" para erguer sua obra, não parece ser nem de longe a busca de nosso tempo. Claro, não que se deva furar os olhos depois de encontrar o objeto do saber, ou "a freudiana paixão" de todo homem... mas, quem quer uma explicação "não pode morrer numa frase sem complemento", concordam? Vejamos, então, ainda que brevemente, que o arqueólogo do inconsciente deixou marcas profundas na história da humanidade, não porque conseguiu explicar tanto assim, mas, talvez, pelo contrário.... Nesse sentido, a raiz da pesquisa do Sr. Sigismund Schlomo Freud está em pensar a busca humana pela própria origem, porém, colocando o mito, inclusive o de Édipo, numa tremenda encruzilhada psíquica, mas, que daria, segundo ele, origem à estruturação da subjetividade (do sujeito), enquanto Totem e Tabu explicariam a gênese da civilização (cultura), questão recente do Aleph, não foi? Bom, após esta singela explicação, que tal sabermos mais sobre o quê explica o pai da Psicanálise? Pois, se "Freud explica", temos que saber o quê, senão "Freud não explica, fode..."
Por Paulo Machado

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