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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O TEMPO



A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

domingo, 26 de julho de 2009

"Humildade"


Na esteira de contribuições ao próximo encontro do grupo, quando será discutido o tema "tempo", trago um poema de Cecília Meireles (foto ao lado) intitulado "Humildade":


Tanto que fazer!
Livros que não se lêem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.

Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis...
até o fim do mundo assinando papéis.

E os pássaros detrás de grades de chuva,
e os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)

Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos
nem para quê.

domingo, 2 de março de 2008

Carpinejar sentimental

O poeta Fabrício Carpinejar está levando o seu Consultório Poético para o Bloglog, da Rede Globo. Na página, ele responde dúvidas sentimentais.
O e-mail para desabafos é carpinejar@terra.com.br

Fonte: O Globo - Prosa & Verso - p. 5 em 1º de março de 2008

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Poesia portuguesa no Rio


Na segunda e terça-feira 12 e 13 últimos, aconteceu no Real Gabinete Português de Leitura encontro entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros da poesia portuguesa. Aconteceram palestras que trataram de autores da Idade Média até o século XXI. A sessão inaugural na segunda versou sobre Fernando Pessoa, com Cleonice Berardinelli (Brasil), José Blanco (Portugal) e Andrés Ordoñez (México). A palestra seguinte também foi sobre Pessoa, mas muitos outros autores foram discutidos nos dois dias de debates, entre eles Sophia de Mello Breyner, Carlos de Oliveira, Jorge de Sena e Ana Hatherly. As inscrições foram certificadas e abertas na secretaria do Real Gabinente Português. Com entrada franca foi mais um evento na esteira dos muitos que refletem a história multifacetada e atemporal dessa ligação entre Brasil e Portugal.

O site do Real Gabinete Português de Leitura é http://www.realgabinete.com.br

Fonte: O Globo - Prosa & Verso - pág. 5 em 10 de novembro de 2007.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

80 anos de Poesia Concreta


Décio Pignatari - 1956


Será inaugurada no próximo dia 15, no Instituto Tomie Ohtake, uma exposição sobre os 50 anos da poesia concreta, contemplando nomes como Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari, que completará também 80 anos de vida no próximo dia 20.
Uma das salas reunirá uma cronologia do movimento, livros, documentos e também alguns vídeos. Alguns poemas serão expostos em versão tridimensional, amplificando um dos princípios do movimento, que era a imagem da escrita. Em outra sala haverá projeções de poemas sonorizados, alguns deles em linguagem digital, como os de Augusto de Campos. Além destas salas, haverá um espaço para as traduções, brilhantemente realizadas pelo grupo criador da Revista Noigandres. Enquanto isso, alguns dos poemas visuais e sonoros de Augusto de Campos podem ser vistos/ouvidos em http://www.ubu.com/sound/decampos.html

Informações sobre a exposição em: www.institutotomieohtake.org.br/

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Pessoando pessoesias...



"Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações. "
Fernando Pessoa, 1932


"Aquele peso em mim - meu coração. "
Fernando Pessoa, 1932

"Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou.
E hoje é já outro dia."
Fernando Pessoa, 1931.

"Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegarPara ser quem quer partir.
Viver é não conseguir. "

Fernando Pessoa, 14-6-1932

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

"Overdose"

Ando meio empanzinada de mim mesma, por isso me livro de algumas linhas.

***
Pensar é enviezado, sentir é desconpassado e a verdade é só um susto diante do amor.

***
Não sou um gênero
um isso
um rabisco
Não sou um ideal
um irreal
ou definido
Sou meu cheiro
e meu sangue
pulsando viris
pela vida afora
Sou meu ódio
e brandura
descendo perfumados
pelos cabelos e pernas
Sou minha amável
agressividade
dizendo sincera
que ama
Sou um equívoco bonito
e um coração aturdido
Sou a paz que vejo
e à qual me abandono
feliz
***
Meu desejo é
o canto
do silêncio da noite.
É a voz profunda
do eco da felicidade.
É o presente transformado em futuro
e o passado no eterno possível.
Meu desejo é a trégua
e o tempo, o torcionamento da alma.
O largo do passo, a presença distante
e o esgarçar do corpo.
Meu desejo é calado
alado
sem fim.
E adormece,
insatisfeitamente,
dentro de mim.