sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cartas Persas



Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu. Escritor e filósofo francês, e célebre pela sua teoria acerca da separação dos poderes, Montesquieu nasceu no Palacete de la Brède, perto de Bordéus, em1689, e morreu em Paris, em 1755. Eis, enfim, mais uma grande oportunidade de lermos um filósofo iluminista, que, aliás, já foi lido anteriormente através da obra O gosto. Oxalá possamos aproveitar melhor a agudeza de Montesquieu, que vai de O Espírito das Leis às Cartas Persas, do próximo mês. Em meio a uma intensa vida intelectual e política, como se poderá ler em sua biografia, o espirituoso e irreverente filósofo apresenta no livro que vamos ler um fundo bem sério. Mais do que o teor erótico que se percebe, por exemplo, na carta 7, Montesquieu conhece a realidade ético-política de seu tempo. Escrita em 1721, em forma de romance epistolar, Cartas Persas reflete também a influência da estética barroca, apontando o quanto o filósofo serviu-se dessa estética para denunciar a realidade social e demonstrar, através da literatura, "os erros, desgraças, infâmia, angústia, opressões e violências (...) e para despertar em nossa imaginação o desejo de mudança”. E tudo isto ele faz relativizando os valores de uma civilização pela comparação com os de outra muito diferente, no caso, com os persas. Uma ótima leitura, na qual o filósofo francês faz do gênero carta uma reflexão acerca da cultura européia, e com aquela ironia mordaz, bem característica dos iluministas franceses.

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