quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"O valor do amanhã" de Eduardo Giannetti

Se é fato que em nenhum dos encontros se pretendeu "esgotar o tema" ou a obra em questão, não por isso deixa de ser válido retomarmos algumas questões e acréscimos do(s) encontro(s) passado(s) como no recente tema do último encontro "O tempo".
Dos aspectos que mais senti falta no encontro, certamente está a relação do mesmo com a ECONOMIA, da relação que o homem tem com as coisas de ordem financeira e material que lhe garantem a existência física e onde o mesmo tempo, é crucial, para com as importantes decisões da vida. As mesmas em suas expressões e desdobramentos que decidem a presença do sujeito humano no mundo, onde todos os elementos estão diretamente relacionados com o tempo como os juros, a poupança, o quando e o quanto investir ou poupar em cada uma das fases da vida.
E sobre isso a obra de Eduardo Giannetti (1957) é excelente: "O valor do amanhã" (2005, Cia das Letras) e que se faltou no encontro, não irá deixar de comparecer aqui como sugestão de leitura e enriquecimento extra, oportuno a reflexão sobre o tema em mais um desdobramento.
Confira abaixo a sinopse e boa leitura.

"Os juros fazem parte da vida de todos os homens - aparecem tanto nas discussões sobre o crescimento econômico da nação como em aspectos miúdos do dia-a-dia. O princípio econômico é simples - o devedor antecipa um benefício para desfrute imediato e se compromete a pagar por isso mais tarde, e quem empresta cede algo de que dispõe agora e espera receber um montante superior no final da transação. Em 'O valor do amanhã', Eduardo Giannetti defende que esse aspecto dos juros é apenas parte de um fenômeno natural maior, tão comum quanto a força da gravidade e a fotossíntese. Enxergar o fenômeno unicamente do ponto de vista comercial obscureceria sua enorme variedade e abrangência. A questão dos juros 'não se restringe ao mundo das finanças, atinge as mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual, a começar pelo processo de envelhecimento a que nossos corpos estão inescapavelmente sujeitos', diz Giannetti. Desde o momento em que aprendeu a planejar sua vida, o homem antecipa e projeta seus desígnios usando esta prática. A noção de juros já 'está inscrita no metabolismo dos seres vivos e permeia boa parte do seu repertório comportamental'. A prática de dieta, a dedicação aos estudos e os exercícios físicos para melhorar a saúde são situações da vida nas quais se manifesta a realidade dos juros. É desta maneira original que Giannetti analisa o tema. Ao extrapolar os limites puramente financeiros do fenômeno, o autor mostra que questões concretas - como a alta taxa de juros no Brasil - têm raízes comportamentais e institucionais ligadas à formação de nossa sociedade. Nos capítulos finais o autor discute os problemas éticos decorrentes da prática de juros extremamente elevados."

Nenhum comentário: