domingo, 15 de abril de 2007

Causos, histórias e um pouco mais...



Da arte de pontear viola, nota a nota, até a arte de pastorear palavra, página a página, a distância demanda um pulo de pulga. Desde que se tenha, na algibeira, certa inclinação para o vôo. Que fique na sombra, então, o título nobiliárquico aceso no seu nome: neste livro, em verdade, Fabrício é conde só das coisas do chão, que conta e canta com candura. Dos frutos do Conde, então, colhidos como causos, o leitor pode colher também um resto de tarde ao pé de um rio perdido; uma chuva doendo na infância; oito nuvens infinitas levando a manhã no lombo; um corgo capaz de correr capim acima, morro acima, rolando como aquele ovo que avoou das tralhas de um certo mil avô etc. Enfim, algumas falas que o Fabrício fabricou por fé de ofício, mas de esguelha, de través mesmo, só com palavras propensas a passarinhos.

Iacyr Anderson Freitas

Nenhum comentário: