quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Em 2008, o Ano Machado


Centenário de morte inspira celebrações


Rachel Bertol
O ano de 2008 promete entrar para a história dos estudos machadianos. O centenário da more de Joaquim Maria Machado de Assis, em 29 de setembro próximo, será motivo para a publicação de livros, a realização de debates e inspira a microssérie que a tv Globo planeja para julho - "Capitu", a adaptação de "Dom Casmurro" assinada por Euclydes Marinho, que terá direção de Luiz Fernando Carvalho, no âmbito do Projeto Quadrante (que estreou em 2007 com a adaptação de romance de Adriano Suassuna).
O centro das celebrações será a Academia Brasileira de Letras (ABL), fundada por Machado de Assis há 110 anos. A publicação da correspondência de Machado, organizada pelo acadêmico Sérgio Paulo Rouanet, será um dos pontos altos do ano. Com muitas cartas inéditas, o epistolário sairá em dois volumes. De abril a novembro, a Casa de Machado também realiza ciclo de 20 conferências sobre o escritor, em que a participarão, além dos acadêmicos, estudiosos brasileiros e estrangeiros como Gustavo Franco, Helder Macedo, Antonio Maura, Jean-Michel Massa e John Gledson.
A Academia fechou, ainda, convênio com o MinC para lançar todos os livros do autor a preços populares (que deverão custar entre R$ 3 e R$ 5).
No fim do ano, a ABL vai publicar um dicionário sobre a obra de Machado de Assis, sob a direção de Ubiratan Machado.
No mercado editorial, no segundo semestre, a Nova Aguilar publicará, em três volumes, a obra completa do autor. O trabalho se baseia na primeira edição da obra completa da Aguilar, organizada há quase 50 anos - e que hoje em dia está desatualizada e tem erros que agora serão corrigidos.
Nesse período, muita coisa se descobriu sobre Machado. Além de novos textos de sua autoria, a fortuna crítica se enriqueceu. Tudo isso estará na nova edição - afirma o editor Sebastião Lacerda.
Em fevereiro, a editora Record entra nas celebrações com a publicação de "Almanaque Machado de Assis - Vida, obra, curiosidades e bruxarias literárias", organizado por Luiz Antonio Aguiar.
- Espero que 2008 também entre na história como o ano em que as pessoas ganharam maior intimidade com a obra de Machado e passaram a ter menos medo dela. Seu texto é elegante, mas não hermético. Machado queria ser lido - diz Aguiar, que também vai publicar, em parceria com Cesar Lobo (na arte), versão em quadrinhos de "O alienista", pela Ática.
Aguiar, entre outras coisas mais, organiza para a Record livro em que 12 autores recriarão contos de Machado.

Fonte: O Globo - Segundo Caderno - pág. 2 em 26 de dezembro de 2007.

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