sábado, 1 de dezembro de 2007

"ETHICA" de Spinoza


O ano que finda será marcado por um dos lançamentos mais importantes para a literatura de natureza filosófica: a "Ética" do filósofo judeu Espinosa ou mais detalhada e completamente da "Ética demonstrada segundo a ordem geométrica" em edição bilíngue (latim/português) com tradução e notas de Tomaz Tadeu pela Autêntica editora (http://www.autenticaeditora.com.br/) 424 páginas, R$ 68,00.
A presente edição que é a terceira em língua portuguesa depois de 70 anos das editadas por Lívio Xavier (Atena editora de São Paulo, abril de 1957) e 60 em Coimbra por Joaquim de Carvalho e colaboradores (republicada na série "Os pensadores" da editora Abril desde 1973).
Tal lançamento se faz inestimável pela correção de muitos conceitos interpretados ou traduzidos de modo impróprio ou equivocados das edições anteriores.
Há também a peculiaridade com que se registra o nome do filósofo, não raro encontrado das formas mais variadas como Espinosa, Spinosa, Espinoza e Spinoza (como a da nova edição) além de seu primeiro nome Baruch que os portugueses traduzem como "Bento", no que por isso podem gerar desencontros ou confusão quando procuradas nos registros em arquivos ou nos acervos das bibliotecas e livrarias.
Assim, o público acadêmico ou não de filosofia no país terá finalmente a oportunidade de conhecer uma das mais importantes obras da História da Filosofia e do pensamento moderno, tema central no que é o da - Ética - na expressão de um filósofo dos mais perseguidos da história por suas idéias e concepções (como a "imanência absoluta") além de sua origem religiosa judia (embora tenha sido expulso por seus pares de fé) sendo ele de origens ibéricas, razão pela qual curiosamente terá o português assim como o espanhol como suas línguas maternas, ao contrário do que se sustenta por ai quando dizem que "boa filosofia só se faz em grego ou alemão" (o que é uma grande bobagem).
De resto, aprenderia o hebraico nas escolas da comunidade e também o holandês (língua do país para onde imigraram) sendo certo que ignorava o alemão, o inglês e o grego.
Portanto, um estímulo à mais para lê-lo e conhecê-lo além de todo pensamento filosófico sempre imprescindível que do texto à ação, estão plenamente presentes na vida cotidiana como a própria Ética.

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